Sexta-feira, 15 de Maio de 2009
Como é que depois de uma manhã horrível, que termina sentada num banco a olhar o rio e ouvir músicas do mais triste que há passa, só devido a alguns dedos de conversa, um olhar e uns sorrisos, a um estado de ânimo que inclui sorrir por tudo e por nada, cantar e até tocar a Marcha Turca do Mozart*?
Há com cada coisa…
(Se algum dia, não sei porque carga d’água, for parar a um laboratório para fazer investigação prometo debruçar-me sobre esta matéria.)
Ou então é um mecanismo só mesmo meu e sendo assim tenho um problema grave; gravíssimo.
* Para mim só é aceitável tocá-la naqueles momentos que me apetece agredir alguma coisa ou quando estou mesmo feliz.
melodia: Rondo Alla Turca - Mozart
Segunda-feira, 27 de Abril de 2009
Ouço a melodia cantada pela Katie Melua e sinto que aquelas palavras fazem todo o sentido, para mim, neste momento. Atravessam o meu peito e chegam, sem dó, ao meu coração. Ele, que estava preparado para não responder, para não contestar, para se manter quieto, batendo num mesmo ritmo, calmo, quotidiano… De repente, por uns simples acordes, voz… e palavras… tenta libertar-se das correntes que lhe impus. E eu aperto, uso a minha força para manter as correntes ligadas, fortes ao seu redor, para não o deixar escapar. Vejo se as chaves o trancaram correctamente…
Com a sua desesperada tentativa de fuga anulada, investe por outro caminho. “Não, lágrimas não…”, penso. Essas, já assomam à porta de saída, mas sei que a elas também é difícil barrar a passagem. Inspiro. Fecho os olhos. Relaxo a tensão que sinto ao redor da minha cabeça. E recordo o que prometi a mim mesma. Nada de tristeza. Nada de choro. Tu és forte, tu aguentas.
Um flash-back; estou em 2003. As lágrimas verdadeiras, sentidas, dolorosas que caem dos meus olhos fazem-me prometer que não mais voltarei a chorar por algo que não valha realmente a pena.
… mas como neste mundo as promessas são fáceis de quebrar.
melodia: The Closest Thing To Crazy