Sinto outra vez falta. Sinto falta tal e qual uma viciada (..não, não sou atraída por substâncias ilegais; nem pouco mais ou menos).
E eles não me entendem. Não entendem porque estou assim, não vêem sequer, por vezes, que estou assim. (para piorar ouço aquela música que me recorda os tempos de sonho, …quando sonhava, livre, livre, livre...) Mas também não gosto que vejam, que me leiam a alma… Afinal, todos nós temos os nossos próprios problemas, e os próprios parecem sempre maiores do que os alheios: piores que os do pobre vizinho do qual ouvimos alguns tristes boatos, piores que os da pobre mocinha que vimos chorar na televisão, piores às vezes que algum desalojado que olhamos, só de relance, enquanto narra o que lhe aconteceu. Não querendo generalizar, mas sim, todos temos algo de egoístas…
(E como egoísta que sou volto à minha história. ) Não, não pretendo massacrar, nem ouvir bons conselhos daqueles que me querem. No fundo, no fundo quero só um abraço, um forte abraço. Bem,.. e nesse caso não me inibo de os pedir – só me falta o cartaz “free hugs” ao peito. Mas lá está o egoísmo, de novo, que me faz ser eu a contemplada, ao invés de oferecer…
Sinto mesmo muita falta… É horrível. E nestes momentos questiono… as coisas boas não nos deveriam apenas fornecer bons sentimentos, “good vibes”? …Parece que neste planeta há mesmo de tudo. Começo a concordar com aqueles que dizem que devíamos nascer com livros de instruções. “How to… be happy”; Coisinha simples! Mas não, temos de ser nós próprios a escrever o manual ao longo das nossas vidas. Às vezes dá gozo, outras nem por isso... Cansa-me ser o autor e restar pouco tempo para representar a personagem.
Ultimamente tenho recordado muito Alberto Caeiro… E nunca dei tanta razão à sua célebre frase como agora: Pensar é mesmo estar doente dos olhos.
Quem me dera não pensar... tanto. Há uns dias tem-me dado para racionalizar sentimentos. Sim, pois… - “Coração” e mente e neurotransmissores. - Eles cá existem com um propósito biológico, nós é que o tentamos ignorar a cada vez. A propósito, li ontem um bom texto que confrontava uma neurobióloga com uma psicanalista e que falavam sobre o amor… Explicam o porquê dele durar apenas 3 anos. Falo, está claro, do amor romântico, do amor apaixonado, daquele de tirar o fôlego… Qualquer dia faço uma dissertação aqui sobre isso.
Agora, vou tentar esquecer a “falta” e aproveitar… porque, se a vida são dois dias, que dizer das férias?